É frequente usar o termo realidade para definir as minhas convicções em relação ao mundo físico e sensorial, de que sou parte integrante e interventiva. Dependo dos sentidos como fonte de informação, e da mente como integradora dos dados que, durante a vigília, lhe são fornecidos em catadupa. A minha realidade é a minha verdade que, muitas vezes maculada por pequenas inconveniências perceptivas, raciocínios incorrectos e preferências mesquinhas, é exclusiva e está longe de ser absoluta. Aquilo que para mim é, pode não ser para outrem. A subjectividade das interpretações reflectirá a subjectividade do próprio universo, ou é a imperfeição dos sentidos que deturpa a realidade, amplificando as diferenças entre o que existe e o que apreendo? O meu intelecto selecciona e sintetiza meros fragmentos de tudo quanto me rodeia, sendo incapaz de absorver todos os ínfimos pormenores, impedindo por isso a minha verdade de ser mais do que um puzzle incompleto, construído peça a peça, segundo um plano inexistente. É como um castelo de areia que uma criança ou um escultor insano vai erguendo; em perpétua mudança, pela acção das ondas e pela mão do construtor.
Imagem: Castelo de Areia (www.neosurrealismart.com/3d-artist-gallery/3d-artworks/3d-fantasy-art/273d-art-sandcastleB.jpg)
A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.
. Blogs
. Abrupto
. Feelings
. Emanuela
. Sibila
. Reflexão
. TNT
. Lazy Cat
. Catinu
. Marisol
. A Túlipa
. Trapézio
. Pérola
. B612
. Emanuela
. Tibéu
. Links
. NASA