Vivemos num mundo de rápidas mudanças, ao qual a tecnologia trouxe o conforto e a possibilidade de uma vida mais longa, inconcebíveis no tempo dos nossos antepassados. Mas este mundo vive sob a ameaça de eventuais catástrofes, como um desastre nuclear, uma nova epidemia virulenta, ou uma alteração radical do clima. A ciência permitiu ao homem compreender muitas das forças destruidoras que nos podem arrasar, mas também acrescentou muitos perigos à nossa existência. Apesar das suas incertezas e problemas, este é um planeta em que podemos viver, o ponto mais aprazível que conhecemos do Universo para a nossa espécie. No intuito de o manter tolerável e de mitigar futuras calamidades, os governos devem aprender a cooperar entre si na condução das instituições sociais e na utilização harmoniosa dos recursos naturais. A ciência é o principal instrumento de que o Homem dispõe para criar um equilíbrio praticável entre as necessidades da civilização e o carácter volúvel da Natureza. Contudo, ciência e tecnologia são, por si próprios, projectos experimentais. Devem merecer toda a atenção e todo o cuidado, para que não se virem contra a humanidade.
Imagem: Alterações Climáticas (http://weblog.leidenuniv.nl/fdr/1948/climate-change.jpg)
Imaginem agora uma estrela em miniatura, dominada, obedecendo às rédeas do Homem. Eu sei que parece ficção, mas a União Europeia e outros seis países assinaram em Paris, no passado mês de Novembro, o acordo sobre a construção do ITER (Reactor Termonuclear Experimental Internacional, na sigla inglesa). Este é um dos projectos científicos mais ambiciosos da História, e deverá revolucionar a produção de energia mundial na segunda metade deste século. O reactor experimental de fusão ficará localizado em Caradache, a 60 quilómetros da cidade francesa de Marselha e a sua construção deverá iniciar-se já no próximo ano. A matéria-prima da fusão nuclear é o plasma de hidrogénio, uma espécie de sopa semelhante à que existe no interior das estrelas. Chamado de quarto estado da matéria, o plasma é composto por matéria ionizada, ou seja, átomos ou moléculas cujos electrões se libertaram da prisão electromagnética que os mantinha em interacção com os núcleos atómicos. Em condições extremas, com temperatura e densidade adequadas, estes núcleos chocam frequente e violentamente uns com os outros e fundem-se em etapas sucessivas, criando uma estrutura muito mais estável: o hélio. Estabilidade está associada a baixa energia; de facto, neste processo, uma imensa quantidade de energia limpa é libertada.
Imagem: Nas Nossas Mãos, As Estrelas (http://webclub.home.sapo.pt/maos-e-poder.jpg)
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