Um dia hei-de de regressar ali, àquele lugar prodigioso onde as nuvens brancas são varadas pelos majestosos picos erguidos céu adentro, onde a vertigem de um olhar arrasta os sentidos para o indecifrável remoinho da convergência de seis séculos, o azul raro de uma temperatura de cor desabitual trazendo a ideia de um paralelo mais a sul, o soroche desatinando o sono com medonhos afogamentos afigurados e contudo incapaz de acanhar a tenção de ficar para apreender o símbolo das proezas projectadas. A cidade perdida, feita de massivas pedras talhadas cirurgicamente é a velha montanha em quíchua, a magnificência do engenho humano criando o inexequível, o granito cinzento contrastando com o verde dos socalcos agrícolas numa irrealizável tela hiper-realista, a localização privilegiada tornando-a fortaleza, refúgio do Inka e observatório do Inti. Chegarei num equinócio qualquer, a Intihuatana amarrando o poder do sol em alinhamento perfeito ao meio-dia, a sombra sendo alquebrada numa afirmação da arquitectura sabedora de segredos cosmológicos. Tenciono voltar a ouvir as águas tonitruantes do Urabamba e respirar aquela atmosfera única, quando regressar, por fim, a Machu Pikchu…
Vídeo: El Condor Pasa (http://www.youtube.com/watch?v=jpJkDZ9g9z4)
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