
Suspendo o tempo nos fios da vontade, seguro os ponteiros do relógio que imagino, recuso o escoar dos segundos, não o quero para mim. Crio nas minhas mãos a eternidade, pedaço de vidro cristalino, incontáveis e estranhos mundos, conjectura de espaço sem fim. Brinco no centro galáctico, inundo-me de emoção e pasmo, perco-me num labirinto inventado, entre estrelas e quasares. Nada no cosmos é estático, encho-me de exaltado entusiasmo, não há segredo que não seja revelado, todos os mistérios se tornam vulgares. Conheço a verdade e o seu inverso; tenho a vida inteira e mais um pouco para aprender o que há a saber. A mente funde-se com o Universo… (Eu sei, às vezes pareço louco, mas não há nada a fazer…!)
Imagem: Universo! (www.faemalia.net/USPictures/Backgrounds/universe.jpg)
De
**** a 30 de Janeiro de 2008 às 14:49
"Recuso o escoar dos segundos" - tentamos sempre fazê-lo, normalmente sem conseguir retê-los - pelo menos devemos ter cuidado para não os deitar fora, para os mantermos o máximo possível nas mãos em concha, evitando que se desperdice uma gota que seja pelas brechas entre os dedos .
Nesta situação eu sentir-me-ia cheia e vazia ao mesmo tempo, completamente cheia e exageradamente vazia: cheia de todos os saberes que espreitam em cada quasar, em cada curva, em cada estrela; vazia depois de ter perdidos todos os mistérios que quando se "tornam vulgares" deixam de o ser. Por enquanto mantenho-os bem junto a mim, fazem-me companhia enquanto chamo alguma verdade sem garantias de não estar a fazer o contrário.
De sábio e de louco todos temos um pouco... não há nada a fazer, nem tão pouco acho que se deva fazer algo mesmo que se pudesse. Decidir fazer algo e pensar um pouco, viver mais um segundo e acelerar o passo, ler uma linha mais e despejar palavras para o teclado tem a sua cota parte de insanidade implicita, sem querer dizer que isso seja negativo.
Beijos
duma entusiasmada leitora que também tem muito de louca
Sophia 
De
V.A.D. a 31 de Janeiro de 2008 às 02:21
O tempo é precioso demais para que o deitemos a perder. Somos exigentes com o seu aproveitamento, às vezes até demais, a pressa de viver levando-nos a minúcia, a ânsia de ver o panorama roubando-nos a subtileza das pequenas coisas... Consciente dito, gostaria de me poder deter em cada pormenor, absorvendo por todos os poros a frescura do conhecimento... :-)
O desvendar de todos os mistérios seria plenitude e frustração; saber tudo representaria o fim da permanente busca, o cessar de um processo que nos mantém despertos e o desespero de nada mais ter por que lutar... Felizmente que isso não passa de mera conjectura. Tal como referes, é melhor uma pergunta sem resposta definitiva que a não existência de perguntas...
Transcrever o que me vai na mente, ainda que de forma simples e amadora, é algo que descobri recentemente mas que me faz muito bem... Pode parecer ou ser mesmo loucura, mas creio ser uma loucura sã... :-)
Amiga, desejo-te uma noite cheia de serena insanidade, feita de palavras lidas ou escritas ou de sonhos bonitos...!
Um beijo... :-)
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