Domingo, 13 de Janeiro de 2008
Um dia hei-de de regressar ali, àquele lugar prodigioso onde as nuvens brancas são varadas pelos majestosos picos erguidos céu adentro, onde a vertigem de um olhar arrasta os sentidos para o indecifrável remoinho da convergência de seis séculos, o azul raro de uma temperatura de cor desabitual trazendo a ideia de um paralelo mais a sul, o soroche desatinando o sono com medonhos afogamentos afigurados e contudo incapaz de acanhar a tenção de ficar para apreender o símbolo das proezas projectadas. A cidade perdida, feita de massivas pedras talhadas cirurgicamente é a velha montanha em quíchua, a magnificência do engenho humano criando o inexequível, o granito cinzento contrastando com o verde dos socalcos agrícolas numa irrealizável tela hiper-realista, a localização privilegiada tornando-a fortaleza, refúgio do Inka e observatório do Inti. Chegarei num equinócio qualquer, a Intihuatana amarrando o poder do sol em alinhamento perfeito ao meio-dia, a sombra sendo alquebrada numa afirmação da arquitectura sabedora de segredos cosmológicos. Tenciono voltar a ouvir as águas tonitruantes do Urabamba e respirar aquela atmosfera única, quando regressar, por fim, a Machu Pikchu…
Vídeo: El Condor Pasa (http://www.youtube.com/watch?v=jpJkDZ9g9z4)
De
Emanuela a 13 de Janeiro de 2008 às 03:11
É uma terra que não conheço com o corpo, mas sempre sinto que minha alma a conhece bem demais... Uma sensação forte de pássaro a sobrevoar tudo, de extase infinito... Não preciso sequer ouvir a música indicada, porque neste caso, o grito do pássaro e o lamento da voz do homem ecoam aos meus ouvidos mais forte do que qualquer instrumento. Adorei teu texto!
Um beijo.
De
V.A.D. a 13 de Janeiro de 2008 às 22:58
É uma terra de enigmas ainda por desvendar, o engenho do Homem mostrando-se em todo o seu esplendor...
Agradeço-te, amiga, as gentis palavras. Desejo-te uma óptima noite e uma excelente semana!
Um beijo... :-)
De
Rhiannon a 13 de Janeiro de 2008 às 11:31
Parabéns!! Muito bonito o post! Rendida a esta harmonia de imagem, som e ... o belíssimo texto, através do qual viajo, assim, serenamente. Deixo-me ir a Machu Pikchu...
De
V.A.D. a 13 de Janeiro de 2008 às 23:05
Amiga, agradeço as gentileza com que sempre me presenteia através dos seus comentários e manifesto satisfação por saber que as palavras infundem essa sensação de serenidade que permite a viagem da imaginação...
Desejo-lhe uma óptima noite e uma excelente semana!
Um beijo... :-)
De
A Túlipa a 13 de Janeiro de 2008 às 14:34
Um dia quero ir... Voltar então depois da ida seria o reviver do sonho
De
V.A.D. a 13 de Janeiro de 2008 às 23:11
Poder ver a magnífica obra, resultado do engenho humano, poder sentir o peso de uma cultura quase perdida por completo, poder saborear os conhecimentos astronómicos e arquitecturais de uma civilização destruída pelos colonizadores... Uma viagem que valeria cada segundo...!
Desejo-te uma óptima noite e uma excelente semana!
Um beijo... :-)
De
Fisga a 13 de Janeiro de 2008 às 18:59
Machupicchu mas, mas como eu conheço tenho uma boa dúzia de imagens colhidas lá. Tenho ouvido alguns vídeos apesar de de serem do yutube . Sim senhor está uma história maravilhosa construída, em torno do território Inca. Adorei mais uma vez ouvir a musica do condor. Parabéns, por saber vestirem com tanta perícia a pele de explorador. Um abraço e boa semana
De
V.A.D. a 13 de Janeiro de 2008 às 23:19
Obrigado, amigo! O texto não é mais que uma pálida imagem de uma cidade fabulosa, construída por uma civilização infelizmente destruída pela barbárie da conquista...
Desejo-lhe uma óptima noite e uma excelente semana!
Um abraço.
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