“A noite avançava indiferente a tudo, os minutos transformando-se em horas, o corpo cansado clamando por repouso, a mente ficando cada vez menos alerta, afadigada pela intensidade de um dia que ia longo. Levantei-me e dirigi-me à janela, sacudindo, numa vigorosa espreguiçadela, o sono que parecia querer apossar-se de mim. Pareceu-me ter tido um vislumbre de algo, vago e inconsistente, dançando como poeira no ar frio da noite, uma sorte de vidro martelado de fraca difusão atravessando-se, numa interposição transitória, entre o meu olhar e a lua que se erguia, sorrateira, sobre o horizonte enevoado. Julguei que o bafejo da respiração, condensando-se na transparência exposta à friagem outonal, tivesse causado esse engano e virei-me, subitamente apreensivo, para a mesa onde o cubo permanecia, imóvel…
O voador dirigiu-se, silencioso e invisível, ao grande edifício isolado, o navegador entregue à análise dos dados que afluíam aos visores numa torrente de caracteres e gráficos, o piloto dividindo o olhar entre a parede envidraçada que vertia radiação na faixa visível e o solo, pintado em diferentes tons de infra-vermelho. Com uma suavidade inexequível, levou a máquina a tocar a relva que circundava o Instituto…”
V.A.D em Artefacto
A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.
. O horizonte de eventos e ...
. Blogs
. Abrupto
. Feelings
. Emanuela
. Sibila
. Reflexão
. TNT
. Lazy Cat
. Catinu
. Marisol
. A Túlipa
. Trapézio
. Pérola
. B612
. Emanuela
. Tibéu
. Links
. NASA