“A nave foi habilidosamente manobrada e revoluteava sobre o plano da eclíptica, a uma altitude de 35786 km acima do nível do mar. Operava agora em modo furtivo, o escudo deflector de radiação actuando como uma manta de invisibilidade sobre o imenso volume, a cegueira dos instrumentos terrestres a ser induzida pela tecnologia de uma raça velha de algumas centenas de milhares de anos. O crepúsculo descia sobre o leito daquele oceano de ar, o azul pintado de verde e branco transfigurando-se na negrura da noite, quando o voador abandonou a câmara de acostagem, lançando-se num abismo desmesurado e ocasionador de vertigens. Os minutos escoaram-se depressa, o afastamento da superfície reduzindo-se, ligeiro, até que os aterradores solavancos e uma aura vermelha de incandescência indicaram que o veículo alígero atingira a ténue camada gasosa, o atrito de milhões de átomos de gás atmosférico gerando forças tremendas que teriam esmagado os tripulantes, não fosse a sua estrutura coriácea e os assentos, feitos de matéria gelatinosa, destinados a absorver os g’s a que estavam submetidos. Com um baque surdo, as poderosas asas, que haviam estado recolhidas no interior da fuselagem, abriram-se no momento predeterminado pelo piloto automático. Sem que deixassem transparecer qualquer desconforto, os quatro alienígenas afundaram-se ainda mais nos moldáveis sessos. O piloto inumano tomou os comandos e examinou o visor principal: às catorze, rodeado por círculos roxos que piscavam, encontrava-se um ponto azul. Obedecendo ao comando de uma garra hábil, a nave apontou o nariz nessa direcção…”
V.A.D. em Artefacto
Imagem: Terra (http://memphyx.files.wordpress.com/2007/07/earth.jpg)
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