“Mergulhado num agitado oceano de pensamentos, a cabeça latejando e o suor escorrendo-me abundantemente pela testa, peguei na câmara fotográfica e registei digitalmente diversos planos daquele enigmático sólido geométrico, formulando mentalmente o desejo de que não lhe acontecesse o mesmo que havia acontecido ao cubo do doutor Gurlt. Descoberto no século XIX numa mina de carvão, encontrava-se encerrado numa camada com vários milhões de anos e, segundo diversos investigadores da época, fora trabalhado à máquina. Desaparecera do museu de Salzburg, sem deixar rasto, a sua verdadeira natureza jamais podendo ser esclarecida. Suspirando, abri a mala, calcei as luvas de látex e preparei-me para recolher o objecto, a fim de o levar para o Instituto, onde seriam feitas todas as análises imagináveis, a busca de uma explicação para algo incôngruo a ser levada a cabo, a procura da verdade sempre presente no espírito daqueles que, como eu, desejavam erradicar do mundo todos os mistérios, através do método científico. A luz extinguiu-se, assim que envolvi o artefacto na película plástica esterilizada que havia sido preparada previamente. Com extremo cuidado, coloquei-o no interior almofadado do contentor de chumbo. O prurido que me desinquietava as entranhas e a mente diluiu-se de imediato e o inexplicável desconforto desvaneceu-se como que por magia…”
V.A.D em Artefacto
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