“Soltei uma exclamação de pasmo e aproximei-me da mesa, tábuas grossas de madeira maciça assentes numa estrutura tosca mas sólida. A radiância hipnótica do aparelho parecia entranhar-se-me na mente, a alucinação de algo alienígena introduzindo-se entre as sinapses como um gatuno, a visão embaciando-se, dissolvendo a consistência do material luminescente em contornos trémulos e indefinidos. Fechando os olhos, regressei à lucidez que ameaçara abandonar-me e perguntei à velha senhora se tinha alguma ideia do que seria aquele objecto. A resposta, negativa, foi acompanhada do relato que já me havia feito através do telefonema. O filho, em viagem arqueológica pela América do Sul, encontrara aquilo na cidade perdida dos Incas e imaginara uma engenhosa forma de o fazer sair do país sem que as autoridades locais disso tenham dado conta. Durante cerca de um ano tinha procurado, por todos os meios, decifrar o enigma que aquele objecto encerrava, sem que resultados alguns tivessem sido alcançados, até que se viu acometido por uma estranha doença que o levou à morte. Do único descendente, apenas lhe restavam as nostálgicas lembranças e um cubo que ninguém sabia o que representava… Irrompendo num choro silencioso, abandonou a sombria cave, deixando-me entregue a cogitações, sozinho num halo de luz azul…”
V.A.D. em Artefacto
Imagem: Cubo (www.litefuzion.com/phdi/p2.nsf/imgpages/1506_FBlueCube.gif/$file/FBlueCube.gif)
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