A nossa incapacidade de compreender ou efectuar a comunicação com outros animais pode ter origem na nossa relutância em dominar modos que não nos são familiares de lidar com o mundo. Por exemplo, os golfinhos e as baleias, que se apercebem do que os rodeia com uma técnica muito elaborada de eco-localização, ou seja, localização por sonar, também comunicam uns com os outros por meio de um conjunto de sons rico e complexo, cuja interpretação tem até hoje escapado às tentativas dos cientistas no sentido de os compreender. Uma sugestão recente é que a comunicação golfinho/golfinho implica uma recriação das características do reflexo sonar dos objectos descritos. Segundo esta perspectiva, um golfinho não diz uma só palavra para tubarão, mas transmite um conjunto de cliques que correspondem ao espectro de reflexão auditivo que obteria se estivesse de facto a irradiar o tubarão com o seu sonar, criando assim uma espécie de onomatopeia, um desenho composto por imagens sonoras, neste caso, caricaturas de tubarão. É possível imaginar a amplitude de uma tal linguagem de ideias concretas... Será possível que os golfinhos criem imagens auditivas a partir da imaginação, e não da experiência? Poderão também eles ter pensamentos abstractos?
Adaptação de trecho da obra Os Dragões do Éden, de Carl Sagan
Imagem: Golfinho (http://www.surfrider.org.br/intranet/imagem/destaque/golfinho.jpg)
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