“O sol erguia-se a meio da abóbada celeste, os seus raios incapazes de abrandecer o frio, parecendo débeis e soturnos. Das neves lá no alto, ainda saíam riachos límpidos e pouco profundos que serpenteavam em direcção ao vale mas, em breve, um frígido manto branco cobriria tudo, até o bosque de pinheiros que estávamos prestes a alcançar. O Tatuado, coxeando cada vez mais e parecendo cansado, resmoneava entre dentes, talvez o peso de muitos Invernos a fazer-se notar na falta de paciência e constante irritabilidade. O sacerdote havia-lhe exigido silêncio por diversas vezes, tantas quantas havíamos avistado um cervídeo, sem que a ordem tivesse sido acatada, e adivinhava-se uma eminente querela. Estava a primeira refeição a ser tomada, o silêncio tenso embrulhando todos num manifesto mal-estar, quando de súbito o Tatuado pega no arco, retira uma flecha da aljava e dispara na direcção do bhelgh-men, que solta um grito, aterrorizado mas indemne. “Agora podes gritar; esta flecha devia ter sido para ti, que te andas a deitar com a minha mulher, mas quis apenas consumar a nossa legação.” Seguimos, com o nosso, o olhar do Tatuado: esperneando, um magnífico veado dava os últimos bafos…”
V.A.D. em Otztal
Imagem: Veado (www.guideschool.com/res/images/Whitetail10.jpg)
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