A mudança, tantas vezes repelida e indesejada pelos seres humanos, é indeclinável: está inscrita nos mais profundos níveis da realidade, desde os mais ínfimos e básicos tijolos da matéria, até às incomensuráveis estruturas cósmicas. O próprio tempo não é absoluto e varia, literalmente, numa relação inversamente proporcional à velocidade a que nos deslocamos. Se nada existe para além dos limites do Universo, a sua expansão implica geração do inerente espaço que, assim, deixa de ser, aos nossos olhos, uma entidade física estática e imudável. Se existe qualquer coisa, em vez do nada que antes existia, é porque a modificação é inelutável. A própria matéria não é eterna; até os quarks, existentes desde a alvorada da realidade, desintegrar-se-ão, transformando-se em radiação, num futuro inconcebivelmente distante…
No plano filosófico, todas as verdades são permissíveis, mas o pragmatismo da ciência tem conseguido, nos últimos séculos, elaborar um modelo coerente e racional que, embora longe de decifrar tudo, possibilita um bom entendimento das coisas.
Vídeo: Excursão ao Espaço-Tempo (www.youtube.com/watch?v=PsG3qdKIKYE)
De ______ a 23 de Novembro de 2007 às 13:50
Todos nós somos avessos à rotina e todos nós tememos a mudança, a mudança por mais fantástica que seja traz sempre consigo alguma insegurança. No entanto, está sempre tudo a mudar, há coisas que mudam muito lentamente e só se notam ao fim de décadas, séculos, há outras que mudam de repetne num clic inesperado surpreendendo-nos. Este teu texto remeteu-me para um livro que apreciei bastante: A Fórmula de Deus de José Rodrigues dos Santos, por acaso um escritor que não aprecio mas que levanta conceitos fascinantes ao longo da narrativa.
Gostei desta tua frase: "Se existe qualquer coisa, em vez do nada..." o fabuloso é que existe sempre qualquer coisa a descobrir, qualquer coisa antes do 'existir' o que nos coloca a eterna questão de onde vimos e para onde vamos. O Nada donde surgiu? Não há um nada porque algo surge de algo, fabuloso mundo nosso.
Beijos e um dia cinco esterla s:)
De
V.A.D. a 24 de Novembro de 2007 às 00:59
Embora conheça o título, não li a obra que referes e confesso-te que nem sequer conheço o tema que aborda. Julguei que fosse mais um desses exemplares de uma corrente literária, que tem invadido os escaparates nestes recentes anos, virada pare teorias da conspiração e para um hermetismo que, sinceramente, já deixei de apreciar. Contudo, acendeste-me a chama da curiosidade e, quem sabe, talvez o venha a ler.
Permanência ou mudança... Creio que ambas têm aspectos positivos e negativos, como de resto acontece com quase tudo. Gosto de um certo equilíbrio, que nem sempre é fácil de atingir.
Em relação à pertinente e eterna questão, acerca do que havia antes do haver, tenho uma opinião bem concreta sobre isso, que posso tentar partilhar. Até por uma questão de elegância (é inegável que a Natureza é esplendorosa), vislumbro um Universo fechado, ou seja, num ciclo eterno de (re)nascimento, expansão, regressão e “morte”. Também em termos racionais é mais fácil, para quem medita sobre coisas, entender o Cosmos, não como um acontecimento pontual, mas como algo de periódico, com recorrentes e intermináveis pontos temporais de partida e com um final que se repete ad aeternum, para que tudo possa recomeçar.
Desejo-te um excelente fim-de-semana!
Um beijo... :-)
De
Lazy Cat a 23 de Novembro de 2007 às 15:52
Olá.
Mudei o teu texto. Para a lateral da minha casa.....
Beijos de bom-fim-de-semana.
Que seja cheio de (boas) surpresas...
De
V.A.D. a 24 de Novembro de 2007 às 01:02
Olá :-) Agradeço-te essa forma gentil de me presenteares e fico feliz por perceber que o texto mereceu o teu destaque.
Desejo-te um fim-de-semana muito, muito agradável!
Um beijo... :-)
De
Cöllyßry a 23 de Novembro de 2007 às 18:33
Tydo está numa mudança irreversível, nas pessoas e no cosmos,
A ciência nem tudo explica, gostaria
Bjca doce
De
V.A.D. a 24 de Novembro de 2007 às 01:05
É uma verdade inquestionável, essa que referes: tudo muda...!
A ciência tem dado passos cautelosos no caminho do entendimento das coisas e pode ser que um dia pouco fique por explicar...
Desejo-te um maravilhoso fim-de-semana!
Um beijo... :-)
De
Emanuela a 24 de Novembro de 2007 às 01:24
Nós sempre nos apegamos às coisas, às pessoas e até mesmo à natureza como se tudo fosse permanecer. Mas é como falas: nada permanece. Só as mudanças parecem eternas...
Beijinhos!
De
V.A.D. a 24 de Novembro de 2007 às 01:36
É na permanente mudança que se revela a maior maravilha: nada pode ser dado como adquirido e isso, amiga, é o motor da nossa própria evolução.
Desejo-te um maravilhoso fim-de-semana!
Um beijo... :-)
De
Emanuela a 24 de Novembro de 2007 às 02:06
Era esta a palavra que eu queria: adquirido! Nos sentimos donos das coisas e até das pessoas... e nem nos damos conta disto. Só percebemos, na hora de "mudanças definitivas", se é que existe algo assim...
Beijinhos
De
V.A.D. a 24 de Novembro de 2007 às 02:16
Creio que quase sempre nos deixamos embalar pela ideia de que somos "donos do mundo" e, quando acordamos para uma realidade diversa, sentimos o choque... Mas, é grande, a capacidade de adaptação do ser humano; com algum esforço, moldamo-nos à nova situação e seguimos em frente...
Desejo-te uma noite muito, muito agradável!
Um beijo... :-)
De
perola a 25 de Novembro de 2007 às 18:57
A mudança é boa quando nos traz felicidade.,
Um beijo grande.
De
V.A.D. a 25 de Novembro de 2007 às 21:21
As mudanças, pequenas ou grandes, são quase sempre inevitáveis e obrigam-nos a uma adaptação que é o motor da evolução. Se forem positivas, tanto melhor! :-)
Desejo-te um óptimo final de domingo.
Um beijo... :-)
li recentemente A Fórmula de Deus e este teu txt fez-me recordar algumas das teorias lá descritas sobre o Universo, s há ou n livre arbitrio... enfim, se o bater de asas de uma borboleta tem as consequencias q tem, q consequencias terao as nossas acçoes? bj
De
V.A.D. a 9 de Dezembro de 2007 às 01:22
A Ki havia já referido "A Fórmula de Deus", no comentário que fez a este meu texto. Se a curiosidade sobre a obra tinha nascido na minha mente, foi agora aguçada e vou ter mesmo de adquiri-la, para a ler com atenção.
Como creio ter dado a entender no final do post, as correntes filosóficas, elaboradas no intuito de explicar o Universo, têm proliferado ao longo da História, mas acho mesmo que somos uns sortudos, porque vivemos numa época em que a experimentação se alia ao pensamento para criar teorias sólidas sobre o que de facto é a realidade. Há perguntas para as quais as respostas estão ainda longe e sempre haverão dúvidas mas, como dizia Feynman, "Quando duvidamos, questionamos. (...) Não tenho de saber a resposta (para tudo) e não fico assustado por não saber coisas, por estar perdido num universo misterioso.(...) Acho muito mais interessante viver não sabendo coisas e procurar sabê-las, do que ter respostas que podem estar erradas." Resumindo: crer não é saber, e a dúvida é o motor do conhecimento...
Um beijo... :-)
n o referi para q o leias, s n faz parte das tuas leituras... mas pensei lg nele, ainda p cima li-o recentemente. fez-m pensar em mt csa. csas q normalmente n pensamos, em csas q damos cm certas, cm adquiridas, cm reais... bj gd
De
V.A.D. a 10 de Dezembro de 2007 às 02:25
Eu sei que não o referiste para que eu o lesse, mas não deixo de me sentir cada vez mais curioso em relação à obra. Hoje, na FNAC, estive com o livro na mão, desfolhei-o e li algumas passagens. Vi que o autor aborda alguns temas que me são caros, questões relacionadas com o Universo e com o nosso papel na complexidade da Natureza. "Lancei a escada" para o ter como presente de Natal... Pode ser que isso venha a acontecer, ehehehhe :-)
As minhas leituras são bastante diversificadas. Posso dizer-te que só não sou fã de romances cor-de-rosa; não tenho a paciência necessária para os ler...
Um beijo grande... :-)
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