“Sentia-me nauseado e lutei, em vão, contra o desarranjo em que me vi. A muralha fortificada da minha mente havia sido atacada ferozmente. Projécteis, arremessados pela catapulta de uma constatação inexequível, derrubaram prenoções, como se fossem blocos de pedra empilhados à toa, sem qualquer argamassa. Os sentidos deparavam-se-me fortemente abalados, as portas da fortaleza hediondamente fendidas pelo aríete do que havia visto e me recusava a admitir. A custo, ergui-me do chão frio quando a paralisia mesmérica em que havia caído foi abruptamente descontinuada, ao escutar, ao longe, as badaladas da pêndula do campanário. Teriam sido onze? Mas, eu tinha-as ouvido imediatamente antes de ligar o torno! Olhei para o meu relógio: ou estava seis minutos adiantado ou eu havia sido atirado para um passado que, embora próximo, não podia estar assim, tão acessível! E, contudo, eu tinha-me observado a trabalhar, como se estivesse ausente do meu corpo, sem que o tivesse abandonado. E havia assistido por duas vezes ao fogo de artifício da luminária...! Tornava-se cada vez maior, a certeza de que tinha viajado no tempo…”
V.A.D. em Viagem.
Imagem: Relógio de Pulso (Produção Própria)
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