A física dos átomos, a que se chama mecânica quântica, revelou-nos que o acaso está inscrito no nível mais profundo da natureza. Consideremos, por exemplo, um electão de que gostaríamos de saber o futuro. Teríamos necessidade de saber, com a maior precisão, onde ele está e para onde vai. Para não o perturbarmos, optaríamos por o observarcom radiação de muito baixa energia. Quanto mais baixa a energia da radiação, maior o comprimento de onda, mas como é impossível localizar o electrão com uma precisão superior a um comprimento de onda, teremos que nos contentar com uma incerteza de vários metros, se tivermos optado por "iluminar" o electão com uma onda do tipo radiofónico. Para obtermos uma medida muito precisa da posição de um electrão teríamos que usar uma radiação de onde muito curta, raios X ou gama. Em virtude da grande energia destas ondas, o choque será violento, e a perturbação importante. O electrão certamente mudará de velocidade ou de trajectória. Em 1927 Heisenber percebeu esta limitação fundamental na exactidão com que se pode determinar em simultâneo a posição e a velocidade de uma partícula subatómica¹. O elemento de incerteza que a natureza mantém ao nível dos átomos vai influenciar a possibilidade de se conhecer o futuro. Esta incerteza vai degradar a descrição do amanhã, descrição de QUE temos necessidade para descrevermos o depois-de-amanhã. Com a distância no futuro os contornos do que podemos saber esvaem-se inapelavelmente...
Nota¹: Principio da incerteza de Heisenberg
Imagem: http://www.spaceandmotion.com/Images/heisenberg-werner-quantum-1.jpg
Fonte: Um pouco mais de azul, de Hubert Reeves ( Edições Gradiva )
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