Em qualquer parte, para lá do horizonte, irei desaparecer sem que restem quaisquer traços de mim. Irei embrulhado no frio vento que sopra de norte, carregado de cristais de gelo e suor, espalhando pelas desertas estepes a leve carga que sou… Vinte e um gramas de nada, um grande vazio outrora pejado de utopias. Aqui e agora, não há imutabilidade alguma. A brisa quente da vida, sussurrando incessantemente, desenha ondulações febris na seara dos meus pensamentos. Fabulosos sopros fazem rodopiar a minha capa, tingida de mil tonalidades subtis, tecida de emoções à solta. Drapejante como uma bandeira erguida no topo de uma colina, a voz da minha mente entoa as instruções dadas ao corpo, aprendidas ao longo das eras, feitas de instinto e intelecto. Deste lugar privilegiado, espreito os vales do passado, preenchidos pela névoa estagnada num ar cediço e sem movimento. O bafo doce e ténue de um futuro que desconheço enche-me os pulmões e infiltra-se-me nos sentidos. Será assim, até que os torvelinhos violentos de alguma indeclinável tempestade me arrastem, para lá do horizonte…
Imagem: Encarando o Vento (www.westernwindenergy.com/images/image_2.jpg)
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