Quinta-feira, 25 de Outubro de 2007

O Tempo, O Espaço e O Ser

Estava sentado nos degraus do alpendre, admirando a beleza daquele final de dia. Um sopro outonal descia a serra e trazia consigo os cheiros rodopiantes da Natureza, feitos de fragrâncias silvestres de flores e pinho. O sol descia para as trevas, enroupando o mundo ao meu redor com os tons avermelhados da luz cada vez mais débil; o céu parecia uma abóbada de dimensões infinitas, cheia de ar renovador e fresco. Não é comum encontrar-me com uma calma assim, desprovida de imbecis desassossegos. Era capaz de ficar ali a contemplar a dádiva que os meus sentidos absorviam, entregue a meditações, até ao fim de todas as eternidades. Será o interminável tempo do Universo apenas um infindável número de tempos que cessam de existir, dando lugar a renovados inícios, o ciclo permanente de nascimento e morte a uma escala incomensurável? O que é o tempo senão uma ideia de continuidade, demitida de sentido sem o espaço? Compreendi, subitamente, não só com o meu cérebro, mas com todo o meu organismo que, no fundo, conhecia as respostas… As minhas respostas...

Imagem: Universo (www.faemalia.net/USPictures/Backgrounds/universe.jpg)

música: At The River (Groove Armada)

publicado por V.A.D. às 03:36
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15 comentários:
De Emanuela a 25 de Outubro de 2007 às 12:12
Integrado e entregue à natureza...Essa é a idéia que passas do momento. E acredito ser esta, uma das formas mais perfeitas de atingir um clímax de paz e serenidade.
Um abraço forte meu amigo, e o desejo de que tenhas um dia pleno de alegrias!


De V.A.D. a 25 de Outubro de 2007 às 14:25
Sinto que sou parte integrante de uma Natureza espectacularmente bela e misteriosa. Muitas vezes deixo a minha mente divagar sobre o tema que serviu de base a este texto: a relação entre o espaço-tempo e a nossa percepção desta dualidade. Quando digo que sei as respostas, exagero... Contudo, e sem que a consiga realmente explicar, há momentos em que me parece ter lampejos daquilo que se chamo "ordem implícita"...
Retribuo os teus votos de um magnífico dia!

Um beijo... :-)


De MalucaResponsavel a 25 de Outubro de 2007 às 22:46
no fundo sabemos sp as rsps, n queremos é vê-las, às x e fazemos d conta q n... o ser humano é mt manhoso... :) entreatt ja foste "roubado" p mim. espero q n t importes. e q gostes. bj


De V.A.D. a 26 de Outubro de 2007 às 01:11
Por vezes sabemos as respostas, outras vezes julgamos conhecê-las, pois há verdades que nunca serão absolutas...
Gostei imenso da forma como o produto do roubo foi administrado...! Investiste em letras e distribuíste dividendos, através de um texto cheio de intensidade. Desejo-te uma magnífica noite!

Um beijo... :-)


De MalucaResponsavel a 26 de Outubro de 2007 às 19:12
ainda bem q n t desiludi com o q fiz com o produto roubado. se qrs q te diga, saiu-me num ápice, guardei, pq qria reler, melhorar, mas n fui capaz de lhe mexer... parecia q se o fizesse perderia a identidade, a razao pela qual ta quis roubar, a razao pela qual me marcou tanto.... bj


De V.A.D. a 27 de Outubro de 2007 às 01:15
Quando perguntaste se me podias roubar a frase, não hesitei por um segundo, na resposta positiva. Sabia que lhe irias dar uma excelente continuidade... :-)
Votos de um magnífico fim-de-semana!

Um beijo...


De Sónia a 26 de Outubro de 2007 às 17:03
Ássunto complicado demais pra mim, mas gostei. Gosto da maneira que escreves! Bjs.


De V.A.D. a 27 de Outubro de 2007 às 01:17
Reconheço que certos assuntos são realmente de difícil abordagem, mas nada como enfrentar o desafio... :-)

Um beijo...


De alexiaa a 27 de Outubro de 2007 às 22:48
Nunca consegui encarar os desassossegos como imbecis, são eles que nos colocam as questões mais pertinentes…porque nem sempre conhecer as resposta é o que faz sentido:)
Oh…digo eu que sou maluca:)

Kiss fresquinho porque ainda me apetecem gelados!



De V.A.D. a 28 de Outubro de 2007 às 00:51
Entendo o teu ponto de vista, na medida em que o sossego pode ser sinónimo de pasmaceira ou de estagnação. Mas creio que reconheces que são esses momentos de calma que permitem uma maior profundidade de pensamento. As respostas podem não importar; interessa mais a procura...
Bom domingo!

Beijo... Desassossegado! :-)


De dhyana a 29 de Outubro de 2007 às 11:09
Há uns dias estava Lua cheia, quando digo cheia, quero dizer terrivelmente cheia, tão luminosa que parecia ter um anel de arco íris à volta e podia-se ver todas as cores naquela roda colorida. A pessoa que ia comigo não soube ver beleza nessa imagem, não soube compreender a sensação de poder partilhado que senti naquela observação, não soube identificar-se com algo muito maior que a nossa simples compreensão. O fazer parte de um todo e sentir-se feliz com a nossa insignificância... Por esse motivo, demorei mais tempo a passear o cão do que o normal.
Compreendo-te harmoniosamente.
Beijo.


De V.A.D. a 30 de Outubro de 2007 às 01:35
Há dias estava Lua cheia e ela estava no perigeu, a altura em que, na sua órbita, está mais próxima da Terra... É uma visão magnífica, para quem se sente parte de um Universo estranho, de difícil compreensão mas, acima de tudo, belo...! Revejo-me nessa sensibilidade que revelas. Também eu experimento, muitas vezes, essa sensação de unicidade, impossível de relatar, mas tão profunda e avassaladora quando sentida...!
Não tenho mais palavras: fiquei sorridente... :-)

Um beijo...


De ? a 23 de Novembro de 2007 às 00:37
Nao acredito k tou ler isto!


De V.A.D. a 23 de Novembro de 2007 às 01:45
Espero que esse espanto signifique que gostas do que estás a ler... :-)

Cumprimentos!


De ? a 23 de Novembro de 2007 às 17:39
Pelo contrário.
As veses a vida prega-nos partidas


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