Vejo-me como um edifício em contínua construção, redesenhado a cada momento, edificado com os tijolos das experiências vividas, rebocado com os conhecimentos que vou adquirindo, pintado com as cores variadas das emoções. A minha mente é a parte mais elevada da casa, o sótão onde guardo velhas mobílias, sobre as quais me empoleiro para olhar a janela do futuro. Fundações de alguma solidez e um terreno firme garantem, aparentemente, a estabilidade almejada. Sismos e furacões, cheias e canículas racham paredes e arrancam telhas, descoloram a tinta fina de areia que cobre a minha sanidade. Os trabalhos nunca estarão completos… Das amplas e arejadas varandas, contemplo infindáveis planícies de descoberta, promessas de inovação e maravilha. Na cave, soturna de mim, cheira ao mofo das contrariedades; sombras fantasmagóricas revolteiam-se nas paredes húmidas de desalento. Um dia, o edifício ruirá e, sobre os restos decrépitos daquilo que foi outrora uma estrutura impossível, sobre os escombros dispersos pela terra molhada, nascerão as ervas daninhas da indiferença. Mas, por enquanto, ainda há andaimes…
Imagem: Edifício
Boa descrição
Hugo Jorge
http://pazoriginal.blogspot.com/
De
V.A.D. a 18 de Outubro de 2007 às 00:58
Obrigado!
Já dei uma espreitadela no sei blog, e refiro que achei muito interessantes, os temas abordados.
Um abraço.
De
In a 17 de Outubro de 2007 às 16:40
Só posso dizer que adorei!
Também me vejo assim...
Um beijo...
De
V.A.D. a 18 de Outubro de 2007 às 01:06
Só posso dizer que fico satisfeito, por saber que gostou... :-)
Votos de uma noite muito, muito agradável!
Um beijo...
Nunca o edifício humano foi tão bem descrito...
Excelente texto!
Um beijo
Teres
De
V.A.D. a 19 de Outubro de 2007 às 02:04
Olhe que assim encho-me de vaidade, ehehehe...! Bem, estou a brincar, mas não deixa de me ser muito aprazível ler uma classificação assim, atribuída a algo que foi construído pela minha mente.
Agradecendo as suas palavras, sempre agradabilíssimas, desejo-lhe uma magnífica noite!
Um beijo... :-)
Nós somos o edifício cujos alicerces podemos reforçar ou destruir no percurso que é a nossa vida.
Cada tijolo uma etapa , uma nova lição que constrói e aumenta a nossa sabedoria e experiencia. Até que um dia , vencido pelo cansaço ou pelo acumular das etapas ...acabamos por ruir , mas a nossa existência serve de exemplo e ajuda a novas obras...cada vez mais perfeitas .
Adorei o texto, aliás como sempre. [
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Nós somos o edifício cujos alicerces podemos reforçar ou destruir no percurso que é a nossa vida. <BR>Cada tijolo uma etapa , uma nova lição que constrói e aumenta a nossa sabedoria e experiencia. Até que um dia , vencido pelo cansaço ou pelo acumular das etapas ...acabamos por ruir , mas a nossa existência serve de exemplo e ajuda a novas obras...cada vez mais perfeitas . <BR>Adorei o texto, aliás como sempre. <BR class=incorrect name="incorrect" <a>Bjs</A>
De
V.A.D. a 19 de Outubro de 2007 às 02:14
Subscrevo, na íntegra, aquilo que dizes. Embora hajam factores de risco sobre os quais não exercemos qualquer controlo, cabe essencialmente a nós garantir a estabilidade do edifício que somos, por forma a que possamos transmitir aos que vêm os "conhecimentos arquitecturais" mais adequados.
Obrigado...!
Desejo-te uma noite muito, muito agradável!
Um beijo... :-)
tb m vejo assim... o unico prob é q acho q fui embargada e estou parada há meses.... bj
De
V.A.D. a 19 de Outubro de 2007 às 02:18
Não podes pensar dessa forma...! Os alicerces existem e estou certo de que são sólidos. A matéria prima também está disponível. Tens de encontrar em ti própria e nas pessoas que te rodeiam a força necessária para que a construção recomece...!
Um beijo... :-)
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