“Quando recobrei os sentidos, todos os músculos do meu corpo protestavam, doridos, como se tivesse andado à pancada, e a minha cabeça parecia querer explodir. Ergui-me com dificuldade, o meu corpo feito gelatina, mas a vontade a sobrepor-se, e vi-a ainda inconsciente, respirando pausadamente, como se estivesse a meio de um sono sereno e despreocupado. Reuni as poucas forças de que dispunha e, pegando-a ao colo, arrastei-me até ao interior fresco da casa. Deitei-a no sofá, com a cabeça apoiada no meu colo e voltei os pensamentos para o meu filho, no estrangeiro havia já algum tempo. Procurei o telemóvel no bolso dos calções e a custo marquei o número, lutando para não falhar nenhuma tecla. Parecia que os meus dedos se recusavam a obedecer às ordens, tal era a violência com que tremiam. Esperei ansiosamente que a voz dele ou a da namorada se fizesse ouvir.
- Olá, pai!
- Oh, meu filho, que alegria me dás! Estava com um receio terrível que aquilo já aí tivesse chegado! Como estás? E a Inês? Por favor, diz-me que estão bem!
- Pai, estamos bem. Que tens tu? A tua voz soa estranha…”
V.A.D. em Derrocada.
Imagem: Dor de Cabeça (www.doriandenes.com/images/linearinterpretations/headache.jpg)
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