“- Vem, vamos para casa. – Dei-lhe a mão e subimos lentamente a escada que nos conduzia ao pátio da vivenda recém-adquirida. Virei-me e olhei de relance para o mar. Esse continuaria a ser o que sempre fora…
Repentinamente, uma densa e pegajosa neblina vermelha abateu-se sobre mim, toldando-me os sentidos, e parecia haver algo no próprio ar que respirava, um cheiro acastanhado de putrefacção, que me dificultava a respiração e me enfraquecia. Uma inquietação agoniante, como se algo passasse sobre as minhas costas, como se um milhão de vermes com mil patas corressem espinha acima, espinha abaixo, apoderou-se de mim. A loucura erguia uma cabeça medonha e ria-se. Tive vontade de berrar, de rasgar a garganta com um grito louco que a pudesse afugentar. Nem um gemido, apenas um esgar. Senti-me afundar num infecto lamaçal de irracionalidade, e nada do que via ou escutava fazia sentido. Desmaiei e devo ter ficado inconsciente por algumas horas, que me pareceram séculos. Afinal, o tempo é tão, tão subjectivo…”
V.A.D. em Derrocada.
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