“- Vem, vamos para casa. – Dei-lhe a mão e subimos lentamente a escada que nos conduzia ao pátio da vivenda recém-adquirida. Virei-me e olhei de relance para o mar. Esse continuaria a ser o que sempre fora…
Repentinamente, uma densa e pegajosa neblina vermelha abateu-se sobre mim, toldando-me os sentidos, e parecia haver algo no próprio ar que respirava, um cheiro acastanhado de putrefacção, que me dificultava a respiração e me enfraquecia. Uma inquietação agoniante, como se algo passasse sobre as minhas costas, como se um milhão de vermes com mil patas corressem espinha acima, espinha abaixo, apoderou-se de mim. A loucura erguia uma cabeça medonha e ria-se. Tive vontade de berrar, de rasgar a garganta com um grito louco que a pudesse afugentar. Nem um gemido, apenas um esgar. Senti-me afundar num infecto lamaçal de irracionalidade, e nada do que via ou escutava fazia sentido. Desmaiei e devo ter ficado inconsciente por algumas horas, que me pareceram séculos. Afinal, o tempo é tão, tão subjectivo…”
V.A.D. em Derrocada.
Imagem: A Face da Loucura (www.themoonlitroad.com/punkin/images/pumpkinface.jpg)
De
Rhiannon a 26 de Setembro de 2007 às 23:59
Andava arredia, recuperei a leitura.
Hum... sigo atenta o desenrolar da meada.
Atenta aos sons que acompanham cada trecho. Muito bem :)
De
V.A.D. a 27 de Setembro de 2007 às 02:16
Nem sempre se consegue acompanhar diariamente todos os desenvolvimentos... :-)
Espero que agrade, a forma como a meada tem vindo a ser desenrolada, assim como desejo que o final, prestes a ocorrer, possa ser surpreendente...
Os sons, esses acompanham a escrita, complementando-a.
Obrigado pela visita e comentário.
Um beijo...
De
Emanuela a 27 de Setembro de 2007 às 01:02
Há coisas inevitáveis, que podem se abater sobre qualquer um de nós .
A história ficou bem interessante!
Um abraço!
De
V.A.D. a 27 de Setembro de 2007 às 02:19
Obrigado, amiga, pelas palavras que sempre representam um incentivo!
A história é pura ficção; espero que nunca a humanidade tenha de passar por algo assim...
Votos de uma magnífica noite!
Um beijo... :-)
De
dhyana a 27 de Setembro de 2007 às 11:11
O meu desejo é que o Mundo nunca venha a sofrer de um mal como este.
A estória está genial e está a ser bem contada, como sempre.
Beijos.
De
V.A.D. a 28 de Setembro de 2007 às 23:03
Não posso deixar de agradecer a tua gentileza, e de dizer que me sinto lisonjeado e agradavelmente surpreendido pelo facto de terem havido tantas manifestações de interesse nesta curta história.
O que me agrada na ficção científica é a possibilidade de não haver limites... Se os há, são estabelecidos apenas pela imaginação limitada do autor...
Votos de um magnífico fim-de-semana!
Um beijo... :-)
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