“Não queria pensar naquilo, não me podia deixar envolver pela melancolia arrasadora que se infiltrava em cada célula do meu corpo, de cada vez que tentava vislumbrar o sombrio futuro que parecia certo… Despertei das lucubrações em que me deixara cair, quando ela me chamou.
- Vem, não fiques aí tanto tempo. Não gosto de te ver assim; sabes que não adianta nada pensar naquilo que há-de vir. Não podemos fazer nada, a não ser esperar que não nos atinja…
- Eu sei, tens toda a razão, mas não sou capaz de o evitar. Já pensaste que tudo o que a humanidade construiu pode vir a ser apagado em tão pouco tempo?
- Não acho que as coisas venham a ser apagadas; o que vai deixar de existir é a continuidade da nossa espécie, enquanto possuidora de inteligência. Parece-me que vai regredir até à idade da pedra e talvez volte a passar por tudo outra vez…
- Achas que será uma espécie de recomeço?
- Não sei, não sei nada… – Irrompeu num choro silencioso, de desespero e de impotência perante a situação. Aproximei-me e abracei-a com força e, enquanto as lágrimas lhe rolavam pelo rosto, chorei também…”
V.A.D. em Derrocada.
Imagem: Abraço (www.benettontalk.com/hug.jpg)
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