“Deixei-me envolver pela sonolência, e estendi-me sobre o colchão que, embora duro e pouco confortável, era melhor que a nua e fria pedra do chão do velho edifício, abandonado havia muito, de traços indiscutivelmente alienígenas. É engraçado como as pedras continuam a ser frias e como o cansaço nos afecta de igual forma, qualquer que seja o planeta em que nos encontremos. Chegava até mim o som abafado da areia, transportada pela permanente brisa, a fustigar, a roçar, a carcomer as paredes, a deixar-lhes a marca dos incontáveis séculos que haviam suportado. A monótona e fresca penumbra não tardou a dar a sua contribuição para que o sono tomasse conta de mim. Dormi profundamente e nem um sonho me perturbou, até que a sede se fez anunciar, despertando-me indolentemente e forçando-me a retirar da mochila a garrafa do precioso líquido da vida. Encosto-me à parede e volto a fechar os olhos. O meu corpo está sentado, os braços enroscados nas pernas, a cabeça curvada encostada aos joelhos erguidos, a mente a viver e a reviver as memórias dispersas que lhe acorrem como pedaços de papel soltos ao vento…”
V.A.D. em Algures.
Imagem: Lembrando (Original em http://images.jupiterimages.com/common/detail/09/27/23052709.jpg)
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