“Assim que saí do carro que acabara de arrumar na garagem, senti na face a pungente bofetada da diferença de temperatura. Era uma noite gélida, o orvalho depositava-se na relva e as estrelas viam-se com a limpidez de um céu de Inverno. No pequeno bosque ao lado de minha casa, as folhas sussurrantes dos velhos carvalhos pareciam embrenhadas numa conversa sem fim, desfazendo alegremente o silêncio, animadas pela brisa suave que soprava de norte. A lua acabada de nascer, alaranjada sobre o horizonte plano das lezírias e ampliada pela lente atmosférica, parecia agigantar-se no céu escuro, criando sombras fantasmagóricas e impregnadas de movimentos cadenciados. Inspirei profundamente aquele ar ainda puro, prenhe de cheiros silvestres misturados com os aromas das flores bem cuidadas que cresciam nos vasos do alpendre. Detive-me por uns instantes, permitindo que o frio da noite se me entranhasse na pele, antecipando o suave e envolvente calor da lareira, que sabia acesa. Subi os três degraus, tirei a chave do bolso e abri a porta de casa…”
V.A.D. em Algures.
Imagem: Lua (www.gracemonkey.com/thunder.jpg)
A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.
. O horizonte de eventos e ...
. Blogs
. Abrupto
. Feelings
. Emanuela
. Sibila
. Reflexão
. TNT
. Lazy Cat
. Catinu
. Marisol
. A Túlipa
. Trapézio
. Pérola
. B612
. Emanuela
. Tibéu
. Links
. NASA