“Era um globo em relevo de um mundo, parcialmente em sombras, girando sob o ímpeto de uma mão gorda que refulgia com anéis. Estava colocado numa armação, numa parede de uma sala sem janelas, e cujas outras paredes estavam cobertas por uma verdadeira manta de retalhos feita de manuscritos, livros-filme, gravações e bobinas. A luz brilhava na sala vinda de bolas douradas suportadas por campos suspensores móveis. Uma secretária elipsóide com um tampo de madeira petrificada, cor-de-rosa, estava no centro da sala. Cadeiras Veriform rodeavam-na, duas delas ocupadas. Numa sentava-se um jovem de cabelos negros de cerca de dezasseis anos, rosto redondo e olhos carrancudos. Na outra estava um homem esguio, baixo, com rosto efeminado. Ambos olhavam para o globo e para o homem, meio escondido nas sombras, que o fazia girar. Um riso sufocado fez-se ouvir. Uma voz de baixo rugiu, emergindo do riso…”
Excerto de Dune, de Frank Herbert, escritor norte-americano de ficção científica, nascido em 1920 e infelizmente já falecido. Adaptada ao cinema por David Lynch, esta obra tem sido considerada um dos expoentes máximos deste género literário, e nela são abordados temas que vão desde a religião até à política, analisando as eternas ambições humanas e propondo uma cada vez mais premente aliança entre o Homem e a Natureza.
Imagem: Dune (Schoenherr) (http://i107.photobucket.com/albums/m312/KarenAK/Elfwood/Schoenherr-Dune-500.jpg)
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