“As saudades revolvem-me as entranhas, num nostálgico e permanente desassossego. Fecho os olhos e deixo que os meus pensamentos voem até à aldeiazinha onde cresci, tão longe no espaço e no tempo, e contudo tão disponível quando a invoco para me trazer de volta a serenidade de que tanto necessito. As memórias desses despreocupados anos da minha juventude transportam-me à velha eira da minha avó e trazem com elas o cheiro inigualável da palha de trigo, seca e dourada, em que nos deitávamos para observar as estrelas e sonhar com viagens fabulosas através do negro oceano cósmico. Parece-me, ainda agora, vislumbrar a etérea dança dos pirilampos, nessas noites quentes de verão, inundadas de sons de grilos e rouxinóis, e pontilhadas pelo ocasional piar de um mocho. Recordo-me daquelas manhãs luminosas, refrescadas pela brisa estival que quase sempre soprava de noroeste e que a meio da manhã cessava, para dar lugar à canícula. Não há nada que substitua as nossas raízes. As coisas eternas devem ser eternamente reafirmadas…”
V.A.D., em Algures.
Imagem: Planeta Alienígena (www.nasa.gov/images/content/119556main_image_feature_359_ys_4.jpg)
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