A ficção científica, mais do que qualquer outro género literário, reflecte o facto incontornável de vivermos num universo em constante mudança. Embora estabeleça estereótipos, são daquilo que um dia poderá acontecer ou aconteceu, ou ainda daquilo que podia ter acontecido, mas constituem sempre apresentações de uma forma modificada do mundo. As atitudes que viermos a tomar nos próximos anos virão a ser cruciais para o destino do nosso planeta e da própria humanidade. Começámo-nos a aperceber disso há já algumas décadas, primeiro pela tomada de consciência do perigo nuclear, e ultimamente pela percepção de que as alterações climáticas, em grande parte provocadas pela acção humana, podem ser fatais. Se quisermos, enquanto espécie, sobreviver para o Futuro Infinito que alguns autores conseguiram insuflar nos nossos sonhos, teremos de prestar uma profunda atenção política ao que fazemos com os produtos da ciência e com os seus indesejáveis derivados. Sendo inegável que a ficção científica tem tido um papel importante na divulgação de possíveis cenários catastróficos, não pode desempenhar apenas a função de uma Cassandra, nem pintar sempre um quadro distópico do que há-de vir, pois uma dieta constante de pessimismo e horror seria digerível apenas para um misantropo. A divulgação de histórias de homens dominando a natureza por meio dos seus recursos, e a fé de que a humanidade saberá transpor os obstáculos que se lhe possam deparar, são dois dos motivos que me levam a apreciar tanto este género tão mal-amado.
Imagem: Cassandra (www.kzu.ch/fach/as/aktuell/1999/risk/images_risk/cassandra.jpg)
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