Admitimos que os nossos antepassados hominídeos comunicavam principalmente através de grunhidos, urros e guinchos, sabiamente produzidos pelo hemisfério direito do cérebro e por uma área dos lobos frontais, designada giro angular, ligada às emoções. É também aceite que mais tarde desenvolveram um sistema gestual rudimentar que se tornou gradualmente mais elaborado e complexo. É fácil imaginar como o movimento da mão para puxar alguém para perto pode ter progredido para um aceno do género "venha cá". Se esses gestos fossem traduzidos, através da sincinesia, em movimentos da boca e dos músculos da face, e se as expressões guturais fossem canalizadas em simultâneo, o resultado pode ter sido o surgimento das primeiras palavras articuladas. Contudo, palavras articuladas não são frases. A linguagem é, para além de palavras, sintaxe. É preciso que um conjunto de regras para o uso dos termos seja respeitado, para que se possa construir um discurso coerente. É possível que a evolução do uso das ferramentas tenha desempenhado um papel importante nesta questão. Imaginemos a construção de um machado: primeiro é necessário encontrar uma pedra adequada, depois há que afiar a mesma, e em seguida há que anexar um cabo... Isto assemelha-se ao encaixe de cláusulas gramaticais dentro de sentenças grandes. As zonas frontais do cérebro, que se desenvolveram em função do uso cada vez mais intensivo de artefactos, podem ter sido mais tarde assimiladas para um função completamente nova: unir palavras em frases. Nem todas as subtilezas da linguagem moderna podem ser explicadas por estes elementos, mas é possível que estes esquemas tenham tido um papel fundamental na colocação em movimento da habilidade da comunicação verbal.
Imagem: Grito (www.ucm.es/info/especulo/numero31/memopal1.jpg)
Fonte: Sci-Am
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