Descobertas em 1952 na Roménia, e reexaminadas recentemente, ossadas de Homo Sapiens arcaicos, com cerca de 30000 anos, apresentam fortes semelhanças com os esqueletos de Homo Neanderthalensis, especialmente no que diz respeito ao crânio. A testa inclinada, a protuberância occipital e uma grande distância inter-orbital, são características marcantes da fisionomia dos nossos parentes extintos há cerca de 27000 anos. Segundo o paleontólogo norte-americano Erik Trinkaus, estas constatações reforçam a ideia de que houve um longo processo de contacto e miscigenação entre as duas espécies, durante os dez milénios de coabitação na Europa. Em Janeiro de 2003, Trinkaus, em parceria com João Zilhão, havia publicado em Lisboa uma monografia sobre o Menino do Lapedo, uma criança identificada como portadora de características típicas quer de homem moderno, quer de neanderthal, e cujos restos mortais foram descobertos em 1998 no vale do Lapedo, perto de Leiria. Neste trabalho de 610 páginas, chamado Retrato do artista enquanto criança, é reafirmada uma posição polémica quem tem posto em polvorosa o mundo da antropologia, desde que foi exposta pela primeira vez em 1999. Para os autores, não há lugar a discussões: ao deixar África e colonizar a Europa, a humanidade moderna não exterminou os antigos habitantes do continente, mas, em maior ou menor grau, misturou os seus genes com os deles. E o esqueleto do menino pode ser a prova cabal disso mesmo.
Imagem: Neanderthal (www.frazettaartgallery.com/gallery/prints/8_neanderthal.jpeg)
Fontes: Science & Vie, Sci-Am
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