"Era uma vez, há muito, muito tempo..." Desde a alvorada da humanidade que a história do mundo foi abordada sob a forma de conto: através da mitologia e das histórias passadas de geração em geração, os homens sempre tentaram explicar como tudo começou. A questão do "quando" surgiu muito mais tarde. Nas mentes dos nossos ancestrais, o tempo não havia tido um início; supunham-no eterno, ainda que com ciclos perpétuos de recomeço. Não é a natureza governada por ciclos ininterruptos? A alternância da noite e do dia, a contínua sequência das fases da lua, a dança das estações... Nas mais antigas tradições hindus, que remontam a 4 milénios, o mundo era recreado incessantemente pela meditação do deus Brahma; os astecas supunham regenerar o cosmos através dos sacrifícios humanos. A astronomia antiga, ao colocar a Terra no centro de um universo onde os astros aparentam ser animados de movimentos circulares perfeitos, reforçou essa concepção cíclica. Para os filósofos gregos, como Platão, " o tempo imita a eternidade, desenrolando-se em círculos." Foi o cristianismo que perturbou essa relação antiga entre Homem e tempo: com a Génese, que descreve a criação do mundo em seis dias, e com o Apocalipse, construiu-se uma história linear, feita de eventos únicos e fundadores. O universo passou a evoluir de uma maneira irreversível, desde o seu início até ao seu fim. Passou a haver um tempo inicial e um tempo final. A necessidade de conhecer o "quando" tornou-se inevitável.
Imagem: Brahma (http://mythologiesetlegendes.ifrance.com/brahma.jpg)
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