"Durante todo esse dia, a batalha prosseguira violenta. Vezes sem conta se tinham os hunos atirado contra as fileiras godas, como vagas de uma tempestade, a irromperem sobre os penhascos. As suas setas escureciam os céus até as lanças se baixarem; as bandeiras desfraldadas ao vento, a terra a tremer sob o ribombar dos cascos dos cavalos em pleno ataque. Lutadores a pé, os godos aguentavam as suas formações. Piques inclinados para a frente, espadas, machados e armas de folhas largas brilhavam, prontas para a luta. Arcos tangiam e voavam pedras de arremesso; cornetas ornejavam. Quando o choque se produzia, gritos roucos e profundos respondiam aos uivantes gritos de guerra dos hunos. Depois era cortar, apunhalar, arquejar, suar, matar, morrer. Homens caíam, pés e cascos esmagavam costelas e espezinhavam a carne numa massa vermelha. O ferro abatia-se sobre os elmos, ribombando nas cotas de malha, martelando nos escudos de madeira e nos couros endurecidos que serviam de protecção ao peito. Os cavalos relinchavam e gemiam, gargantas perfuradas ou tendões de jarrete cortados. Homens feridos rosnavam e tentavam atacar ou lutar. Raras vezes alguém tinha a certeza de quem o atingira e ferira. A loucura inundava-os, dominava-os, rodopiando negra através do seu mundo."
Excerto de o Patrulheiro do Tempo, de Poul Anderson. Ficção-científica com fundamento histórico, que nos transporta para épocas remotas e nos faz viver intensamente os dias de um passado obscurecido pela noite dos tempos.
Imagem: Hunos (www.bohemia.cu/2006/06/02/internacionales/atila--4.jpg)
A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.
. O horizonte de eventos e ...
. Blogs
. Abrupto
. Feelings
. Emanuela
. Sibila
. Reflexão
. TNT
. Lazy Cat
. Catinu
. Marisol
. A Túlipa
. Trapézio
. Pérola
. B612
. Emanuela
. Tibéu
. Links
. NASA