A dificuldade sentida no entendimento da estrutura infinitesimal do espaço-tempo levou alguns teóricos a virarem-se para um campo inesperado: a física da matéria condensada, o estudo de substâncias comuns, como cristais ou líquidos, e das suas interacções em sistemas de grandes dimensões. Tal como o espaço-tempo, a matéria condensada é vista como um continuum, quando observada em grandes escalas, mas, ao contrário do espaço-tempo, tem uma estrutura microscópica bem conhecida, governada pela mecânica quântica. Além disso, a propagação do som num fluido em movimento é análoga à propagação da luz num espaço-tempo encurvado. Alguns trabalhos têm sugerido a possibilidade de que o espaço-tempo é constituído por grânulos, tal como um fluido é feito de incontáveis moléculas. Isto pode significar que, para distâncias extremamente curtas, o espaço-tempo pode manifestar características governadas por leis que não cabem no âmbito da relatividade. Teria Aristóteles razão, quando defendia a tese de que a Natureza abomina o vazio absoluto? O conceito de que a própria estrutura do Universo é feita de uma espécie de matéria-energia aglomerada em pacotes discretos vai ganhando um peso cada vez maior, fazendo crer que a relatividade é uma mera aproximação bem sucedida a uma teoria da Natureza bem mais profunda e unificadora.
Imagem: Espaço-Tempo (www.unpronounceable.com/graphics/raytraces/spacetime3.jpg)
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