A memória e a sua sede, o cérebro, sempre foram uma fonte de enigmas e perplexidades e desde a mais remota antiguidade, sempre fascinaram os filósofos, poetas e cientistas. Há 2400 anos, o grego Hipócrates, pai da medicina, identificou o encéfalo como centro dos pensamentos. Na mesma época, Platão comparou a memória a um bloco de cera em que ficavam gravadas as lembranças. Shakespeare (1564-1616) chamou o cérebro de "frágil morada da alma". No século XVIII, o orgão era comparado às rodas e engrenagens de uma máquina; mais tarde, a um emaranhado circuito eléctrico. Hoje, e mantendo a anologia com as novidades tecnológicas do momento, tende-se a ver o cérebro como um computador electroquímico. A parte mais substancial do conhecimento que hoje se tem sobre este assunto tem vindo a ser adquirida nas últimas três décadas, com a aplicação da tecnologia que permite analisar e medir o funcionamento da mente em pleno funcionamento. de todos os orgãos do corpo, o cérebro é, de longe, o mais complexo. Contém milhares de milhões de células nervosas, os neurónios, e cada um deles é capaz de comunicar-se com milhares de outros, formando uma rede frente à qual o mais sofisticado microprocessador não passa de um engenho rudimentar. Os neurónios são células dotadas basicamente de um corpo e diversos prolongamentos: um longo, chamado axónio, e várias ramificações curtas, as dendrites. O axónio, também ramificado na extremidade, termina em pequenos bulbos denominados terminais nervosos. A comunicação entre os neurónios faz-se através das sinapses, minúsculos espaços entre os terminais nervosos do do neurónio que emite a mensagem, e dendrites do neurónio que a recebe. Impulsos eléctricos no primeiro levam-no a libertar na fenda sináptica moléculas de neurotransmissores, substâncias químicas que carregam a mensagem para o segundo neurónio. Este, ao receber tais moléculas, sofre um desiquilíbrio eléctrico e também dispara moléculas de neurotransmissores para o neurónio seguinte. Deste modo, a mensagem viaja de célula para célula até ao seu destino: da periferia do corpo para o cérebro, ou vice-versa. Mas o trabalho dos neurónios não pode ser entendido como se eles fossem meras estações retransmissoras de sinais químicos. O cérebro também contém substâncias capazes de alterar, ou modular, os efeitos dos neurotransmissores. Essas substâncias, os neuromoduladores, interferem na libertação de neurotransmissores, por parte da célula emissora, ou na resposta da célula receptora. Este é o processo electroquímico básico que faz o cérebro funcionar. A mente é uma rede de neurónios, na qual são criados e viajam conceitos, ideias, imagens, sons, memórias, e onde chegam as informações vindas do mundo exterior, para serem processadas e analisadas, apreciadas ou repudiadas.
Imagem: Cérebro (http://community.corest.com/images/cerebro.gif)
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