O homem não é, nem nunca será o deus diante do qual outro homem se deve ajoelhar. Ninguém , portanto, é omnisciente. Cada descoberta científica baseia-se numa ignorância consciente, num saber que não sabemos nada de absolutamente certo. Se Platão é o sábio que sabia distinguir entre o bem e o mal, já Sócrates afirmava que sabia que nada sabia, revelando por isso a conciência dos limites do conhecimento. O problema da ignorância não é, no âmbito científico, menos importante e fascinante que no campo filosófico. O que distingue um cientista de um não-cientista é o facto de que o primeiro confessa imediatamente a própria ignorância. Na verdade, só à base dela é que surge o seu desejo de conhecer. Se soubesse tudo não se questionaria nem daria início a nenhuma pesquisa. Nenhum caminho pode ser conhecido com antecedência. A pesquisa científica é uma uma viagem, uma experiência em que se percorre um caminho que ainda não havia sido desbravado, e o cientista, ao encetar a tarefa, reconhece o seu desconhecimento, manifestando em simultâneo a vontade de aprender. O não-cientista crê e afirma, sem provas, que o caminho existe e até opina sobre o trajecto... Mas como alguém disse, crer não é saber...
Pensemos no cientista como um especialista do desconhecido, um homem que assume a afirmação de Nietzsche "é do caos que nascem as estrelas".
Imagem: Pensador (www.bioteams.com/collaborative_t.jpg)
Fontes: Che cosa è la conoscenza de Heinz von Foerster, Sci-Am Brasil, L'elaborazione del mito de H. Blumenberg
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