“Tremem-me as mãos, no meu semblante reconhecem-se esgares de um pânico que me esforço por controlar, o nó na garganta teimando em se não desfazer apesar de perceber agora o exótico lugar onde me vejo aprisionado, a dor instalada atrás dos globos oculares aturdindo-me, tolhendo-me numa apatia pestilenta que preciso de sacudir. Purgatório dantesco ou limbo kafkiano, este espaço em contínua revolução e desprovido de tempo desafia a loucura e corrói a sanidade, a singularidade para lá do horizonte de eventos parecendo rir-se sarcasticamente da imaturidade de quem queria a eternidade e agora não sabe o que lhe fazer. A própria I.A. demitiu-se da congruência que lhe era característica, num revérbero da consciência de que sei não ser despojada. Acha-se inábil para inverter a situação, diz-se incapaz de gerir competentemente as exigências a que se diz submetida, as contradições balbuciadas incrementando-me as dúvidas acerca da minha viabilidade enquanto ser equilibrado. Afinal, não reside nas minhas mãos o controlo efectivo do meu destino: na ergosfera o espaço-tempo é arrastado pelo campo gravitacional do buraco negro rotativo, a distorção assumindo contornos difíceis de analisar por um desprezível mortal…”
V.A.D. em Ergosfera
De Velucia a 15 de Novembro de 2008 às 23:15
Olá V.A.D
Estou aqui não para comentar, não estou a altura para isso.
Como são tão intensos seu textos mas penetrantes, estou aqui para "pessoalmente" fazer um convite ao desafio de um post ao texto no meu blog em "Quebrando o Espelho".
Aceita o convite ao desafio?
Aguardo sua resposta.
Um abraço.
gostei...
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