“É um fascinante Universo alternativo, aquele onde agora me encontro, a monotonia redutora dos dias iguais parecendo já distante no Tempo, ele próprio assumindo uma significância desabitual, cada instante avocando um relevo feito de vontades sincronizadas, de determinações audazes, de gestos tão silenciosos quanto expressivos… Qual viajante do Tempo, retorno a uma época de possibilidades infinitas, a negação de todos os limites realizando-se na simplicidade de um olhar, tomando a forma de um sorriso cúmplice, as brincadeiras traduzindo uma insubmissa e renovada sede de viver… Rejuvenesço, a energia dos níveis mais profundos do tecido espacial declarando-se tangível, contrariando princípios, operando prodígios, a descoberta de emoções latentes agindo como catalizadora de reacções electroquímicas desconhecidas, vibrantes como as cordas de um violino numa super simetria melodiosa, brilhantes como um enxame de cinquenta mil sóis acotovelados num campo deslumbrante... E neste lugar de novidade, o próprio fluir dos eventos não obedece às aceites e comuns relações de causalidade, tão espontânea é sequência das coisas. Talvez doze horas bastem, até, para representar a eternidade…”
Sempre o leio querendo decifrar alguns "enigmas", rsrsrs. Espero que o Univeso alternativo que tenha encontrado seja sempre fascinante e gratificante. Adoro ler teus textos. Virei sempre visitá-lo.
Reconheço que existe algo de enigmático nos meus últimos textos... Talvez me tenha vindo a aperceber que escrever nas entrelinhas me dá um prazer maior... :-)
Agradecendo as suas sempre gentis palavras, desejo-lhe um magnífico fim-de-semana!
Obrigado, amiga, pelas tuas palavras, sempre gentis.
Sem querer sequer dar grandes explicações em relação ao texto, afirmo que tentei nele deixar subjacente a ideia de que muitas das coisas que tomamos como certas são, na verdade, muito subjectivas... A própria percepção da passagem do Tempo depende em muito do estado de espírito... :-)
Formulo os votos de que o teu fim-de-semana se revele muito agradável!
"Qual viajante do Tempo, retorno a uma época de possibilidades infinitas..." - não viajo no tempo, mas sim nas tuas palavras directamente para um universo não só alternatico como absolutamente sublime. A música escolhida é fantástica e ajuda ainda mais a entrar na melodia das palavras que aqui deixas, "vibrantes como as cordas de um violino numa super simetria melodiosa", brilhantes como as estrelas que embelezam uma noite de veludo negro. "...renovada sede de viver… Rejuvenesço" - fico contente por essa sensação, saudável em qualquer idade, esse sentimento que nos faz continua a andar, "contrariando princípios, operando prodígios". É maravilhoso como algumas "novidades", pequenos gestos, nos podem fazer (re)descobrir certas energias que achávamos para sempre enterradas nos meandros do tempo.
Deveras "Talvez doze horas bastem, até, para representar a eternidade…”, até menos de uma hora, somente uma palavra dita num instante pode fazê-lo, contudo acho que para fazer as coisas que gostamos nem realmente uma eternidade seria suficiente para nos saciarmos.
Espero que continues com que estes textos por muito mais que doze horas, they are "Unforgettable in every way"... Uma noite ao som de músicas tão maravilhosas como esta,
É admiravelmente estranha, é fascinantemente bela, a subjectividade de algumas coisas que tomamos como monotonamente certas. De facto, nada é imutável, o letargo transformando-se em viveza, o encantamento substituindo a rotina, entranhando-se em todo e cada poro numa espécie de fusão que transcende todas e quaisquer palavras... Sirvo-me de metáforas, mas nenhuma consegue ilustrar em absoluto o que a "anima" sente... Aliás, nem as hipérboles mais elaboradas o conseguiriam fazer... :-)
Subjectivo pode ser, também, o conceito de eternidade... Pode, inclusive, ser convencionado num pacto feito de um silencioso mas perfeito entendimento... Os momentos eternizam-se, ainda que o tempo nunca seja bastante: tanto a dizer, tanto a descobrir, tanto a saber, tanto a partilhar, tanto a sentir, tanto a aprender... :-)
Agradeço a amabilidade que sempre imprimes nas palavras que escreves e que me ofereces. Que a tua noite seja também tão melodiosa como a música escolhida...! :-)
Beijos e sorrisos tão ilimitados quanto ilimitado é o próprio Universo!
Talvez 12 horas bastem. Para representar a eternidade. Se eternidade houver: Se é verdade que tudo o que nasce morre, parece que nada fica para dar existência à eternidade. A menos que possamos considerar que tudo é eterno enquanto dura. Um abraço Eduardo.
Olá, amigo. Apreciei imenso a análise que fez, a eternidade revelando-se um conceito de muito difícil apreensão, por ser tão subjectivo. É nessa mesma subjectividade que me baseei, para construir este texto. Se há momentos que se eternizam, não poderão eles próprios ser um vislumbre de um Tempo que não cessa, precisamente porque se condensa num instante de indizível plenitude...?
Olá amiga :-) A eternidade é um conceito passível de ser interpretado de diferentes formas: no texto, os momentos que se eternizam representam-na, o Tempo condensando-se em meros instantes, o seu fluxo normal cessando... :-)