“Ergui os olhos para o céu; esparsas nuvens de anidrido carbónico gelado, reflectindo os derradeiros raios solares, esfarrapavam-se, suavemente alaranjadas, de encontro à escuridão que se ia apossando do firmamento, a ténue luminosidade de Deimos contrastando com a exuberância do brilho de Fobos em célere deslocação, a velocidade angular da sua translação excedendo largamente a da rotação do planeta. Um calafrio atravessou o meu corpo, os meus pensamentos dissociando-se entre aquele instante inefável e a distante génese da aventura, muitos anos e milhões de quilómetros separando-me das palavras profundamente gravadas na memória.
- Professor, antes de mais nada, devo dizer-lhe que é um prazer revê-lo, ao fim deste tempo todo. Mas, como sabia que me ia encontrar aqui? Além disso, só um motivo muito forte me faria faltar ao trabalho. Tenho entre mãos uma investigação que preciso de adiantar.
Ele permaneceu calado por uns segundos, observando-me, até que me convidou a sentar.
- Se bem te conheço, não há nada que te possa interessar mais do que aquilo que tenho para te dizer.
Baixou a voz, e um ar sério apossou-se repentinamente do seu semblante, as palavras que proferia despertando em mim uma curiosidade cada vez maior…”
V.A.D. em Cidónia
Imagem: Fobos e Deimos (http://solarsystem.nasa.gov/multimedia/gallery/phobos_deimos.gif)
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