Através dos séculos, a febre foi combatida ou bem recebida, alternando-se estes comportamentos de acordo com a época. Os antigos gregos, por exemplo, consideravam-na uma forma de expulsar os humores malignos que provocavam a doença. Uma frase é atribuída a Hipócrates, famoso médico grego: "Dêem-me uma febre e eu curarei o paciente". No entanto, mesmo entre os gregos a febre também era combatida. As propriedades antipiréticas do salgueiro, Salix Alba, eram já conhecidas e o seu uso é mencionado nos tratados de Hipócrates, Dioscórides e Galeno. Foi Santorius, logo após a invenção do termómetro por Galileu, no início do século XVII, que introduziu a termometria na medicina. Nessa época, a elevação da temperatura corporal era considerada em si uma doença, e foi só passados 200 anos que Wunderlich identificou essa variação térmica como um sintoma e não como enfermidade propriamente dita. A introdução dos analgésicos antipiréticos, na segunda metade do século XIX, coincide com o desenvolvimento dos primeiros medicamentos orgânicos sintéticos. Até então, eram usadas preparações de origem vegetal, como a quinina e derivados naturais do ácido salicílico proveniente do salgueiro. Em 1899, Dreser desenvolve sintéticamente o ácido acetilsalicílico, princípio activo da aspirina, medicamento que passou a ser amplamente usado, devido à sua eficácia. Uma arma poderosa contra a febre foi colocada nas mãos de todos. Mas não nos esqueçamos que só quando a febre termina por meios naturais é que a vitória sobre o agressor é completa. Só então estamos curados.
Imagem: Febre (http://decarneesonho.weblogger.terra.com.br/img/febre.jpg)
Provocar reacções nucleares... à temperatura ambiente? Cada vez mais experiências mostram hoje em dia que a aposta na fusão fria não é coisa de louco. Um pouco por todo o mundo, em laboratórios italianos, franceses, americanos, japoneses e russos, os investigadores afirmam transmutar a matéria à temperatura ambiente. Com um pouquinho de energia, eles transformam a natureza dos elementos químicos: o hidrogénio torna-se hélio, o titânio muda para alumínio e o chumbo transforma-se em ouro! Terão eles descoberto a pedra filosofal, objecto de uma fantástica busca esotérica ao longo dos milénios? Não nos iludamos; não há nada de oculto nestas pesquisas. Se a centena de químicos e físicos que trabalham neste domínio o fazem somente à margem dos seus trabalhos oficiais, não é para seguirem a grande tradição de secretismo dos alquimistas dos tempos antigos, mas por necessidade. Os seus estudos não são facilmente publicáveis nas revistas internacionais conceituadas, dotadas de um comité de cientistas independentes, aptos a validar a solidez de cada artigo. As mais prestigiosas, Nature e Science, não aceitam uma linha sequer sobre o assunto, pois foram "escaldadas" pela célebre experiência de Stanley Pons e Martin Fleischmann, publicada em 1989 e denominada "Fusão a Frio". Estes dois físicos afirmaram ter transmutado o hidrogénio em hélio à temperatura ambiente, sem emissão de raios gama e com a obtenção de calor, o que poderia significar a possibilidade de desenvolvimento de uma fonte de energia praticamente inesgotável. Isto suscitou uma das maiores polémicas científicas do século XX, pois verificou-se a impossibilidade de reproduzir sistemáticamente a experiência. Actualmente trabalha-se arduamente, mas com grande escassez de fundos, para corrigir esta situação.
Imagem: Paládio - Estrutura Cristalina (www.freespiritproductions.com/pdatom.jpg)
Fonte: Science & Vie
É impossível saber se a alquimia, saída das profundezas das civilizações indiana e chinesa, e que atravessou o Egipto e a Grécia Antiga, a civilização árabe e a Idade Média cristã, conseguiu alguma vez realizar as suas proezas míticas. Terão sábios obscuros conseguido fabricar o elixir da longa vida, ou transformar metais comuns em metais nobres, com a ajuda de uma misteriosa e poderosa pedra filosofal? O próprio Isaac Newton, que procurava por estes meios abstrusos a revelação de uma atracção universal à escala microscópica, nunca publicou os seus trabalhos. A química acabou por impôr a sua abordagem racional no final do século XVIII e, posteriormente, a física, enquanto estudo das propriedades e interacções de matéria e energia, tomou o lugar de ciência fundamental, na medida em que era o meio para explicar a química e os seus processos. A alquimia era por princípio uma ciência oculta: os nebulosos sortilégios e métodos que fariam o chumbo transformar-se em ouro nunca seriam divulgados. Uma tradição de segredo e de esoterismo que nada tem a ver com as transmutações nucleares a baixa energia que a física moderna tenta realizar.
Imagem: Alquimia (http://blog.iespana.es/kaorusan/blogimage.php?i=116962)
Fontes: Science & Vie, Wikipédia, Sci-Am
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