Ajudar o Fábio
Tomei conhecimento, através da minha amiga Café com Natas, desta situação que requer toda a nossa solidariedade. O Fábio é um menino de Braga com 12 anos que tem paralisia cerebral desde a nascença. Não anda nem fala mas, apesar de tudo, tem uma grande força de vontade para vencer estas dificuldades. Necessita de fazer um tratamento no estrangeiro e, uma vez que o Estado se tem vindo a demitir das suas responsabilidades, cabe ao cidadão comum ajudar conforme puder. Peço, a todos os que gentilmente por aqui passam, o favor de visitar o blog Ajudar o Fábio.
A In, no seu último post, teve a meritória ideia de transcrever um texto de Eduardo Prado Coelho, no qual ele faz uma brilhante dissertação, quer sobre o estado da nação, quer sobre a mentalidade dos portugueses. É um texto que realmente merece ser lido, e sobre o qual se deve fazer uma profunda reflexão. Não sendo meu hábito abordar assuntos relacionados com política, não deixo de ter uma opinião formada sobre estas questões e acrescentei, num exercício de escrita que às vezes me apetece desenvolver, inúmeras outras coisas sob a forma de comentário. Resolvi publicá-lo:
Pertenço a um país onde a classe política é composta, na sua maioria, por pessoas medíocres que, revelando-se incapazes de singrar no mundo do trabalho, usaram da esperteza para encontrar um tacho que lhes dá muito a troco de nada. Pertenço a um país onde algumas empresas, detentoras de um desequilibrado monopólio, se acham no direito de cobrar, por péssimos serviços, valores totalmente desadequados. Pertenço a um país onde, de facto, a luz e a água são bens demasiadamente caros. Pertenço a um país onde os peões se acham no direito de atravessar uma rua em qualquer parte, sem que sequer se dignem olhar. Pertenço a um país onde existem leis, nunca cumpridas, que determinam que só se deve iniciar a travessia de uma passadeira se não existirem veículos em aproximação a menos de vinte metros. Pertenço a um país onde as autoridades, em vez de praticarem uma política de sensibilização e dissuasão, se entregam descaradamente àquilo que é vulgarmente conhecido por caça à multa. Pertenço a um país onde se perdeu a cultura do trabalho e onde a formação profissional não passa de uma farsa. Pertenço a um país onde a maioria dos pais se demitiu da educação dos filhos e acha que a escola tudo tem de resolver. Pertenço a um país em que o governo privilegia o laxismo e cria estatutos absurdos, com o único e exclusivo fim de melhorar as estatísticas, ainda que para isso possa comprometer o futuro dos próprios jovens. Pertenço a um país em que se perdeu o respeito para com os idosos. Pertenço a um país onde o telelixo é o conteúdo preferido das salas de estar. Pertenço a um país onde os municípios e as empresas a eles agregadas não passam de uma enorme bolsa de emprego para os “boys”. Pertenço a um país onde quem trabalha tem de pagar impostos tantas vezes incomportáveis, sem que veja melhoria alguma nos serviços essenciais, nomeadamente a nível da saúde. Pertenço a um país onde os ex-vice-governadores e governadores do banco de Portugal têm a distinta lata de apregoar a necessidade de alterar o sistema de pensões, obrigando o comum dos mortais a trabalhar até morrer, quando cozinharam, na grande panelinha dos seus gabinetes, leis que lhes permitem o usufruto da reforma por inteiro ao fim de apenas seis anos de serviço. Pertenço a um país onde a banca, que nada produz, usufrui de benefícios fiscais com os quais as empresas que realmente criam riqueza nem sequer ousam sonhar. Pertenço a um país que, a continuar assim, verá um dia a esperança morrer…
V.A.D.
Não deixam de ser absurdas as diferenças que se verificam no tratamento que é dado a situações similares. Infelizmente, a forma como o caso da menina inglesa tem sido tratado revela, no meu entender, a subserviência dos portugueses em relação aos estrangeiros. Refiro-me em especial à maneira como tem sido abordado pela comunicação social, mas não deixo de apontar o dedo às autoridades. Quantos e quantos casos têm havido, envolvendo crianças portuguesas, sem que tenhamos sequer sabido da sua ocorrência? Quantos raptos, quantos desaparecimentos têm envolvido os meios humanos e materiais que foram agora accionados? Afirmo que devem ser feitos todos os esforços para que o(s) autor(es) deste crime seja(m) apanhado(s) e devidamente punido(s), mas friso também a necessidade de se tratarem todas as pessoas de forma igualitária. As mães e pais portugueses que vivem dramas semelhantes têm toda a razão quando expressam o seu descontentamento por verem que afinal até existe abundância de meios, mas que, por qualquer motivo obscuro, não é utilizada para a resolução das situações trágicas pelas quais passam. Devemos também questionar-nos sobre essa coisa imaterial chamada “vontade política”, que só existe para algumas coisas e para outras parece ser algo de mitológico. Atentemos, por exemplo, na vergonha nacional que é o caso "Casa Pia". Ao fim destes anos todos, em que ponto está? Será que tem sido abafado por supostamente envolver figuras públicas? Onde está a tão propalada justiça? Será que só tem mão pesada para alguns, e deixa que outros fiquem impunes? Se de facto a vontade política se manifestasse no sentido de erradicar de uma vez por todas alguns dos males que empestam a sociedade, estou certo de que muitos crimes não seriam cometidos. Espero que a pequena Madeleine seja encontrada sã e salva, mas faço votos para que todos os casos sejam investigados com o mesmo fervor e empenho.
Imagem: Crianças
Tenho andado pela blogoesfera sempre que posso, e deparei-me há uns dias com um blog de ilustres ligados ao PS, entre os quais figura a Dra. Ana Gomes, pessoa que sempre me causou arrepios, talvez pelo timbre da voz, talvez pelo mau perder que demonstrou em certas ocasiões. Li alguns dos seus posts (é claro que não tive nem tempo nem vontade de os ler todos) e apeteceu-me enviar-lhe um e-mail para o endereço que consta no dito blog. O e-mail foi devolvido por diversas vezes, mas eu não resisto à vontade de me fazer ler, senão por ela, pelo menos por quem aqui passa.
"Exma. Sra. Dra. Ana Gomes
É com alguma preocupação que tenho lido os seus posts no blog Causa Nossa.Será que Portugal está de "vento em popa" e só eu e mais alguns milhões de portugueses é que acham que assim não é? Será que o nosso primeiro ministro nunca mentiu e só a escumalha onde eu me incluo é que acha que está a ser ludibriada diariamente? Rever-se-á a grande maioria dos portugueses num interesse obsessivo pelo que se passa nos Estados Unidos da América? Não seria mais interessante para os leitores se vossa Excelência se dedicasse mais
a escrever sobre os problemas com que as pessoas comuns se defrontam no dia-a-dia? Não seria de maior valor escrever, por exemplo, sobre os benefícios fiscais que são oferecidos aos chineses quando abrem uma loja no
nosso país, enquanto os portugueses têm que pagar tudo e mais alguma coisa, ou sobre os devaneios das autarquias como a de Vila Franca de Xira, que autoriza a construção de um enormíssimo entreposto logístico sobre um dos maiores aquíferos da Europa, e atira para cima de um qualquer munícipe RANs, RENs, e PDMs, quando este pretende ver um projecto de uma habitação unifamiliar aprovado?
Embora sendo pouco conhecedor de questões políticas e sociais, creio que conseguiria enumerar muitos mais assuntos que talvez merecessem ser tratados por si, em vez de gastar o seu "latim" com questões que para a grande maioria são de "lana caprina"... Não o vou fazer, porque creio que, embora com algumas dificuldades, consegui expressar a preocupação que sinto quando vejo que só o Bush é o mau da fita, quando Felgueiras, Varas e Oeiras estão aqui tão perto...
Além disso, se a política internacional é assim tão importante, porque não li nada ainda sobre o presidente da Venezuela, cuja falta de educação é atroz e até se propõe não renovar a licença de uma TV privada só porque esta lhe faz oposição? Ou sobre o clã Castro, a "Família Real Cubana"? Ou sobre a Arábia Saudita e a sua polícia religiosa? Ou sobre Putin e os seus agentes assassinos, que silenciam tudo o que é oposição? E porque motivo aquilo que li sobre uma conferência no Irão tem que terminar com uma menção ao Iraque? Houve alguma conferência revisionista, anti-semita e negacionista do holocausto neste país?
Ficam apenas as perguntas, porque sei que não sou digno de uma resposta...
Cumprimentos
V.A.D. "
A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.
. Pedido
. Portugal
. Blogs
. Abrupto
. Feelings
. Emanuela
. Sibila
. Reflexão
. TNT
. Lazy Cat
. Catinu
. Marisol
. A Túlipa
. Trapézio
. Pérola
. B612
. Emanuela
. Tibéu
. Links
. NASA