Nascem astros em catadupa, uma vez mais a gravidade a ser protagonista, exercendo o seu efeito aglutinador, comprimindo a matéria abundante, elevando a temperatura até ao ponto em que os átomos de hidrogénio se fundem uns nos outros, ejaculando energia num nuclear êxtase de luz, gerando uma prole de novos elementos, parindo em tetania as peças elementares de que somos feitos. Discos de acreção, num remoinhante baile celeste, convertendo-se em minúsculas mas crescentes entidades, um cortejo protoplanetário em torno do luzeiro. Milhares de milhares de estrelas, aglomeradas em galáxias, vivendo até ao esgotamento do combustível, ruindo no final para dar lugar a uma nova geração, as ondas de choque dos estertores da morte servindo de rastilho à reorganização dos gases, um empurrão cinético que permitirá a ignição. Pélagos espaciais, milhões de anos-luz, preenchidos por longos e brilhantes fios galácticos, numa rede aparentemente homogénea e isotrópica, um universo finito mas ilimitado, expandindo-se eternamente ou, quem sabe, atingindo um ponto em que o retrocesso se tornará inevitável, até que, éons depois, a grande implosão tratará de devolver ao universo a singularidade. E o ciclo a repetir-se…
Vídeo: Nascimento, Vida e Morte de Uma Estrela (http://www.youtube.com/watch?v=za4KL0l89gw )
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