“Três longos anos da minha vida foram devotados ao entendimento de como aquele espantoso evento ocorrera, lançando-me numa impaciente tentativa de o replicar. Servi-me, para isso, da minha memória e dos maquinismos que presumivelmente haviam gerado aquela ímpar condição de descontinuidade que me havia arremessado para o passado. Uma a uma, as respostas foram sendo custosamente encontradas, experiências exaustivas tornando viável o que era anteriormente inadmissível. Debati-me com escolhos de toda a ordem e não poucas vezes considerei renunciar à tarefa de tornar maneiro, o miraculoso engenho que me levaria, uma vez mais, a pontos dissemelhantes de uma mesma linha temporal. Não me vou delongar em detalhes, por agora. O meu objectivo está concretizado: estou em Lisboa, na primeira hora do dia um de Novembro do Ano Da Graça de Mil Setecentos e Cinquenta e Cinco; preparo-me para assistir in loco ao terramoto, num local que considero ser seguro. Aluguei, a troco de uma moeda de prata, herança de família, um quarto numa estalagem surpreendentemente limpa, e vou esforçar-me por dormir algumas horas. Se pressentir algum perigo eminente, terei certamente oportunidade de lhe escapar, accionando o deslocador. Se não voltar a escrever acerca desta espantosa aventura, é porque me perdi definitivamente num passado que quis resgatar…”
V.A.D. em Viagem.
Imagem: Gravura Alusiva ao Terramoto de 1755 (http://pt.wikipedia.org/wiki/Terramoto_de_1755)
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