E foi assim que os planos foram meticulosamente elaborados e a máquina soberbamente construída, sob um sigilo absoluto. O Culpatu dispunha de meios para o conseguir: nos regimes autocráticos falar demais é perigoso, e os homens depressa se tornam meros robots acéfalos quando se trata de preservar a própria vida… Um olho electrónico, camuflado e à superfície, sentiria a sequência dos dias e das noites e, passadas quarenta mil alvoradas, o computador iniciaria a sequencia que haveria de fazer a besta retornar à verdadeira vida. Um pouco mais de cem anos, uns poucos batimentos cardíacos e ninguém que o tivesse conhecido estaria ainda vivo. Não seria incomodado; adaptar-se-ia facilmente às mudanças, ou não fossem todos os ditadores dotados de grande inteligência e de extraordinárias capacidades. Viveria faustosa e despreocupadamente, separado das atrocidades que cometera pela densa cortina de um passado que sempre tende a ser rapidamente esquecido. Sim, que a humanidade tem memória curta! Os registos, por muito fiáveis que sejam, não apreendem as emoções e as dores: são desprovidos de sentimentos e nunca substituirão aquilo que o cérebro guarda...
Imagem: Robots (www.icicom.up.pt/blog/take2/robot-robots.jpg)
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